Não sei quando foi a ultima vez que vim aqui. Queria tanto voltar a escrever e deitar tudo para fora, mas tenho sempre algo que me impede...
Passaram quase 15 dias desde o inicio do ano, voltei ontem de uma viagem com umas amigas/conhecidas. Não foi mau, mas também não são a minha companhia de sonho. Enfim. Deu para relaxar do trabalho o que já não é mau.
Comecei o ano sem desejos, sem me auto propor a nada. Quero apenas aproveitar e tomar as decisões a dois que temos pendentes. Mas claro tenho um objetivo ou outro. Que são sempre aqueles clichés de uma alimentação mais saudável e começar a fazer exercício, nem que seja umas caminhadas ou uma hora de "dança maluca" em casa. E por fim voltar aqui, sentia-me sempre melhor depois de auto-refletir por aqui, por isso acho mesmo que devia voltar a escrever.
Não sei quem ainda poderá estar desse lado ou não, mas recebi alguns emails a perguntar pela minha adaptação em Inglaterra, vou escrever sobre o assunto, essencialmente porque preciso de desabafar, mal alguma coisa que possa ajudar disponham.
Está a fazer cerca de três semanas que cheguei de Portugal. Tinha tirado viagens para mim e para o A. para julho, mas não estava aguentar. Precisava de ir ver as minhas irmãs, saber que elas realmente estavam bem. Desde que vim, no fim do ano, que tinha o coração apertado, foram raras as noites que não adormeci a pensar nelas e com as lágrimas nos olhos.E fez-me tão bem.
Finalmente consigo ir em paz para a cama. Claro que todos os dias me preocupo, claro que ainda são adolescentes à sua sorte. Mas estão melhores...
Olhei para elas e senti novamente as minhas meninas.
Vejo por aí tanto coração partido e juro que na maioria das vezes não consigo perceber porque.
Acredito em amores avassaladores! Mas tenho para mim que esses duram mais que uns pares de meses.
Claro já sofri por amor, tive apaixonada por pessoas durante mais tempo do que elas me dirigiram a palavra. Era uma miúda. Sofri quando andei um ano atrás do -A. mas a maior loucura que cometi foi estar duas horas numa ponte à espera que ele passasse. E quando me estava a mentalizar e que íamos ser apenas amigos, ele lutou por mim.
Sou uma sortuda eu sei. Tinha 16 anos quando conheci este, agora, homem maravilhoso. E não imagino a minha vida sem ele.
A isto chamo amor. Sete anos a correr para oito.
Quando temos 14,15 na loucura até aos 20 anos vá, "aquele bonito" da escola/faculdade manda um sorriso e um piscar de olhos ficamos caidinhas, com falta de ar e arrepios. Trocamos umas mensagens, combinamos um café e podemos até dar umas cambalhotas marotas e dizemos que é amor para a vida toda. Mas a realidade é que passam seis meses e por norma para muitas das relações essa é a tal "vida toda".
E aceito isso, jovens inocentes, que na maioria sabem lá o que é gostar Gostam da mãezinha e paizinho e dão chapadas nos irmãos.
Mas quando passa dessas idades torna-se só ridículo. Chama-se paixão. E por norma tem uma chama que apaga. Não digam que era amor e muito menos façam as figuras que as pitas fazem quando o amor da vida delas decide que já não vai dar.
Porque eu tenho vergonha de ter sido uma dessas pitas. Mas muitas já são mulheres.
Cheguei a Inglaterra à pouco mais de dois meses, faz no fim de fevereiro três meses. O meu BoyMagia está aqui daqui pouco à seis, chegou à pouco a Portugal para umas férias mais que merecidas. Mas não é isso que vos quero dizer.
Viemos para cá com pouco, uns dinheiros de parte caso alguma coisa corresse mal e uma mala cheia de roupa, mas principalmente cheia de sonhos, vontades e expetativas.
Não vim embora de Portugal por falta de trabalho, nunca me faltou e nunca tive problema em trabalhar no que quer que fosse. Vim pela oportunidade, as aprendizagens e o dinheiro rápido para realizar sonhos. É verdade. Não é um pote de ouro, nem grandezas ou nada disso. É não contar trocos e comprar aquilo que realmente quero, ir aonde quero.
Neste tempo já alugamos um quarto e depois disso arranjamos um apartamento, que muitas lágrimas chorei a achar que não iriamos conseguir. É difícil aqui alugar uma casa, principalmente para alguém como nós que não tínhamos quaisquer referências. É difícil, mas é principalmente caro é taxas para isto e para aquilo…
Quando me enviaram o email a dar o sim, fiquei radiante, já andava desesperada da vida sem saber o que fazer.
E mudamo-nos e construímos tudo aqui do zero, do zero mesmo. Neste momento temos a nossa casa toda mobilada, o frigorifico cheio, trabalho e sonhos. Não podíamos pedir mais neste momento.
Custa estar longe de casa, não beijar as minhas pessoas nos dias especiais ou quando sei que elas mais precisam. Não ir beber café todos os dias às 21:30 no sitio do costume, com os do costume, nem ir beber um copo no fim de semana (na cidade onde estou o sitio que serve bebidas até mais tarde é até às 23:30). Custa não ir para casa da mãe numa folga fazer ronha, ou não ter a avo porque não apetece fazer jantar e sabemos que ela nos fará qualquer coisa. Mas compensa ter liberdade financeira.
Enfim, para dizer que emigrei por escolha, tenho saudades todos os dias, mas estou feliz.
Existem telemoveis, redes sociais, sabem a minha morada tudo e mais um papo-seco e só depois de uma gaja esticar cabelo, fazer uma maquilhagem decente (com o risco de estragar tudo porque ainda tem de ir trabalhar), levar um vestido na mala para depois. Só depois desta canseira toda, chegadinha ao trabalho é que me dizem "ah afinal elas disserão que era melhor irmos amanhã". Mas alguém merece? Quem é que amanhã tem vontade de fazer tudo isto novamente?
Tenho saudades de escrever por aqui ou melhor sinto falta disso. No "sweet-dreams" escrevi muito, talvez demasiado e acabei por deixa-lo por isso mesmo, tinha medo que alguém me identificasse por aquilo que lá estava...
Mas pronto... Quero escrever, só isso. Sobre tudo e sobre nada.
A vida corre... Estar num país diferente, nem sempre é fácil. Tenho saudades das minhas gentes, das minhas comidas e de saber que quando estivesse sol ao menos um dia ou outro tinha a praia e o mar para me acalmar. Mas a par de tudo isso, já consegui tanto em tão pouco tempo, que não consigo sequer duvidar que esta foi a decisão certa.
Não recebi uma única prenda só para mim este Natal (explico depois, que tenho milhentas novidades). O baby recebeu duas só para ele, um mega relógio presente de amigos e eu ofereci umas botas que à muito ele andava a namorar.
Eunão recebi nem uma só minha. Dói ser adulta. Fodasse...
Já estou instalada naquele que vai ser o nosso quartinho nos próximos meses. Arrumei as minhas malas e arranjei aqui um espacinho para me poder sentar a escrever ou então apenas a divagar pela blogosfera ou internet a geral.
Primeiras impressões? Frio, frio como o camandro. Os nossos "housemates" são só os maiores os picuinhas já vistos, ou pelo menos um deles é. Conheci uma rapariga portuguesa com quem vou trabalhar e sabem aquele feeling que essa pessoa nhem, pois bem, é isso, não me inspira qualquer tipo de confiança. Mas enfim.
Agora estou só por aqui na maionese, e só começo a trabalhar a meio da próxima semana, não estou a saber lidar muito bem com isto porque não estou habituada a não ter nada que fazer.
Ahahahah. Depois dos enchidos e afins dos quais os tugas morrem de saudades. Quem é que me explica como é que é possível enfiar uma vida em 40 quilos? É que juro que é humanamente impossível!